Quem sou eu

Minha foto
Estudante de jornalismo, apaixonado por séries de tv, filmes e livros, além de cultura, música e coisas viajadas. É basicamente isso que vai ter por aqui.

sábado, 20 de março de 2010

What makes me better

Setembro de 2001

Lembro-me como se fosse hoje. Eu, 10 anos vividos, mergulhava cabeça abaixo em um rio na fazenda do meu tio, onde costumava passar férias. Ao cair da noite, voltando para casa, meu primo me perguntou: "Você já ouviu falar em Harry Potter?" Respondi que não. Aquele tal de "Réri Poti" era, até então, um completo estranho para mim. Prometi a ele que procuraria algo sobre depois. Nem precisei ir longe. No dia seguinte, ele próprio me emprestou "Pedra Filosofal", o primeiro livro dos três até então lançados. Não coloquei fé alguma em uma estória de bruxos. Contudo, resolvi ler e depois devolver dizendo: "Está vendo, é ruim."

O que aconteceu foi que dois dias depois eu devolvia Pedra Filosofal e já pedia emprestado o seguinte. Em um primeiro momento, o livro não me fez o fã que sou hoje, mas achei a trama absurdamente interessante e viciante. Li Câmara Secreta rapidamente. Comprei Prisioneiro de Askaban e logo estava ávido por saber como aquela trama continuaria. E então a torturante (e que me seguiria por anos) espera tinha início. Dezembro daquele ano chegou e meu presente de natal não poderia ter sido melhor. Lembro ainda hoje do calor que senti ao ter em minhas mãos "Harry Potter e o Cálice de Fogo." O número de páginas não me assustou. Na verdade, por quanto mais eu tivesse Harry, melhor.

Terminei o livro com o coração na mão por não saber quando o 5° volume seria lançado. Eu não conhecia internet ainda, portanto fiquei no total escuro. Lia e relia todos os 4 livros novamente. Os 2 primeiros filmes não demoraram a sair. Assisti e achei incrivelmente mágico tudo aquilo que eu já conhecia representado em imagens. Em 2003, Ordem da Fênix chegava às livrarias. E foi então que, pela primeira vez, eu senti o quanto aquilo tudo significava para mim. Devorei aquelas 702 páginas em menos de uma semana e nunca havia me sentido tão apreensivo lendo um livro. Quando Sirius Black morreu, chorei demais. E foi depois dessas lágrimas que eu notei que Harry para mim já era bem mais que um livro qualquer.

2004. Prisioneiro de Askaban chegou aos cinemas. A quantidade de fãs já aumentava exponencialmente. Eu estava sempre ligado atrás de notícias dos dois livros restantes. Jamais me esqueci dos diversos boatos de que os nomes seriam "O Manual das Trevas" e "A Flama Verde." Em 2005, "O Enigma do Príncipe" veio. E se Ordem da Fênix tinha explodido minha cabeça, Enigma simplesmente a incenerou. Tinha eu 14 anos e já conseguia compreender que aquilo era muito mais do que simples palavras. Ao término do último capítulo do livro, meus olhos estavam vermelhos, já que eu chorava desde o momento da morte de Dumbledore. Li e reli. Não conseguia acreditar. Para meu consolo, dias depois eu assistia Harry Potter e o Cálice de Fogo. E, como era esperado, chorei mais uma vez. A morte de Cedrico (com a qual eu não tinha me importado no livro) em conjunto com o discurso final de Dumbledore foram suficientes para derrubar meu ânimo.

2006 passou tão rápido e eu mais uma vez relendo os livros, esperando. Dessa vez, porém, a espera era diferente. Eu sabia que o inevitável e doloroso final estava próximo. E, mesmo assim, eu estava louco para ter todas as minhas perguntas respondidas. Para saber como aquela épica jornada chegaria ao fim. Quando 2007 chegou, minha expectativa estava nas alturas para o último livro e o quinto filme. Ordem da Fênix veio primeiro e eu me recuso a comentar sobre o filme aqui. Deathy Hallows foi lançado dia 15/07 e os spoilers tomaram conta de cada canto da internet. Desviei-me de todos e em novembro eu devorava Relíquias da Morte.

Nunca havia chorado tanto em um livro como chorei em RdM. Não sei se por ser o último ou por outro motivo. Sei que cada palavra, cada morte, cada horcrux, cada batalha... Aquilo mexeu comiga de uma forma sobrenatural. Forma essa que somente quem leu e sentiu tudo isso pode entender. Vai além de livros ou filmes. Vai além de uma guerra de bruxos. Vai além do bem, do mal. Me deu conhecimento. Me ensinou lições preciosas. Me deu os melhores amigos do mundo. Me ensinou que os heróis também podem sangrar. Cresci junto com Harry, Ron, Hermione e com cada personagem presente ao longo dos 7 livros. Remus, Sirius, Fred, George, Snape...
 
19/11/2010 marcará, novamente, o início do fim. Com a chegada da Parte I do último filme, nossos corações vão se preparando, novamente, para o doloroso adeus. Afinal, por mais que digam que a espera é dolorosa, nós sabemos que ela é "mil vezes melhor que a certeza do final".

É mais do que uma simples saga. É amor. É amizade. É confiança. É lealdade. É a melhor parte de mim. É Harry Potter.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Brave New World

Caiu. O mundo acabou, então por que tudo mundo continua seguindo em frente como se nada acontecesse? As defesas vieram abaixo, dominados viraram dominadores. Corram todos. Salve-se quem puder.

Eu não quero mais isso. Não aguento mais esse zumbido irritante no meu ouvido. Parem. Parem. Meu estômago não aguenta  olhar para esse sangue que jorra descontroladamente.

Julgamento. Condenação. Provas? Olhe ao seu redor, baby. Que mundo é esse onde valores como hipocrisia e violência se sobrepõem àqueles que conhecemos primordialmente? Falsidade is the new black.

Sujo. Só. Alguém aí ouviu falar em contaminação por osmose? Mas eu não ligo. Pouco me importam os outros. Pouco me importa meu próprio eu.

Até que você surge. Abre os braços em minha direção, como se mais nada existisse. Sorriso. Alegria? Não. Apenas a inútil constatação de que ainda pode existir vida. Você chora. Lágrimas salgadas. Lágrimas de sangue. Não, eu não quero te desprezar. Não quero te criticar.

Eu quero é botar você no colo. 

Quero fugir dessa redoma. Desse ciclo doentio. Sair para longe. Bem longe. Longe de tudo.

Para outro mundo. Um admirável mundo novo.

sábado, 13 de março de 2010

Espatódea.


"Não sei se esse mundo é bom, mas ele ficou melhor desde que você chegou." (Nando Reis)



[Dedicado à alguns amigos, aos quais não se faz necessário citar nomes. Eles sabem quando falo deles.]

quarta-feira, 10 de março de 2010

It's over.



O circo se fechou. Não dissem que "aquilo que é realmente nosso nunca se vai para sempre"? 

Voltou. Como um trovão, atravessou o espaço que ouso chamar de vida.

Um trovão não.
Dois.
Três.


Uma tempestade imensurável, incontrolável e inesgotável.
Uma onda.

Fez bem? Mal de todo não fez. Não dizem que tudo é dúbio? O bem e o mal estão em cada nano-partícula. Estão na essência de todas as coisas e dificilmente se enclausuram. 

O que nos (me) resta? Encontrar, por mais difícil que possa parecer, um equilíbrio.

Equilíbrio. Meio termo. Torpor. Negação.