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Estudante de jornalismo, apaixonado por séries de tv, filmes e livros, além de cultura, música e coisas viajadas. É basicamente isso que vai ter por aqui.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Thanks for the memories.

Você apareceu em minha vida e me fez tão feliz de um modo bem maior que podia supor. Cada frase trocada, cada toque no celular, cada letra digitada, cada música enviada... Você foi minha órbita por pouco mais de quatro meses. Se eu acordava, era por você. Se eu sorria, era por você. Até hoje eu me lembro das noites intermináveis conversando besteiras. Não com o mesmo sentimento de antes. Mas me lembro.
Pipocas arremessadas no cinema, indiretas trocadas na quadra de Educação Física, elogios demasiados, desenhos no MSN. Tudo parecia tão perfeito e, ao mesmo tempo, tão quebrável.
E então, da noite pro dia... as coisas mudaram de rumo. Um acontecimento cotidiano – que nem ao menos nos envolvia – foi transformado – por você e seu prepotente complexo de certeza – em uma tempestade. Palavras trocadas, sentimentos feridos, estragos feitos. E eu fiquei aqui, retalhado.
Entrei em uma fase sombria. Tentava me apegar ao conceito de que “Tudo tem seu fim”, mas simplesmente não se encaixava. Como poderia ter sido o fim se, para mim, não tinha acabado ainda?
E então, depois de dois... DOIS anos... você reaparece com um esbaforido pedido de desculpas. E a comédia recomeça seu ciclo... E eu assumo novamente o meu papel de idiota por acreditar que, dessa vez, daria certo. Um sorriso sela aquilo que parece ser uma nova fase. Meu pensamento, que já estava acostumado a divagar por outras áreas, volta subitamente no tempo... E todas aquelas memórias, aquele misto de sentimentos, aquela complexa paranóia... Tudo está de volta.
A derradeira conversa acontece antes do esperado e o resultado é – novamente – desastroso. E – NOVAMENTE- para mim. A pessoa que eu vejo diante de mim é totalmente diferente daquela por quem eu me apaixonei. Você se tornou fria. Seca. E o afastamento acontece outra vez....
Até que dias depois, você ressurge das cinzas. Que mania irritante, não é? Custa me deixar em paz? Custa esquecer do meu telefone, do meu endereço, do meu email? Quer minha ajuda. Quer meu auxílio. Me pede coisas, como se nada tivesse acontecido. E eu, estúpido e hipócrita, te trato bem novamente...
Mas eu cansei. Cansei disso. Cansei de ser o palhaço desse circo. Durante toda a minha vida, eu sempre fui aquele que amava mais. Mas agora isso acabou. Você acabou. Estou me desligando de tudo que ainda faz com que eu me lembre de ti.

Tive saudades, hoje tenho desprezo.
Tive carinho, hoje tenho rancor.
Tive desejo, hoje tenho nojo.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

What?

Estava andando pela internet agora ouvindo uma música do Jay Vaquer, quando me deparei com isso:

Determinismo é a doutrina que afirma serem todos os acontecimentos, inclusive vontades e escolhas humanas, causados por acontecimentos anteriores, ou seja, o homem é fruto direto do meio, logo, destituído de liberdade total de decidir e de influir nos fenômenos em que toma parte, existe liberdade , mas esta liberdade condicionada a natureza do evento em um determinado instante.

A música que eu estava ouvindo dizia “Nasceu para ser uma estrela, era tudo que ele mais queria, mas o céu tava sempre nublado.” Associei uma coisa com a outra e me vi em um conflito: tudo está realmente determinado de tal forma que não temos poder de intervenção? Quer dizer, somos realmente escravos de um caminho que já foi meticulosamente traçado e nada podemos fazer para mudar isso?

Eu não acredito. Sinceramente, isso soa como coisa de gente cômoda que não sente vontade de fazer nada além de ficar sentado o dia inteiro em uma cadeira. Para esse tipo de gente, torna-se prático dizer que tal coisa realmente tinha de acontecer e que nada poderia ser feito para impedir.

Por mais difícil que possa parecer enxergar, sempre há um meio de intervenção, mesmo que esse esteja obscuro. Escondido nas entrelinhas, nos cantos mais submersos. E é idiotice aceitar tudo de braços cruzados e dizer que deveria ser daquela forma.


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Pra refletir:

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Estúpida comédia

Mais uma vez eu me dirigo ao tormento. A simples primeira passada para dentro do cubículo produz em mim uma sensação de repulsa ardente. Aquele cheiro fétido embrulha meu estômago e me faz querer vomitar. Cada passo meu é dado por uma força sobrehumana, que nem eu mesmo sei de onde obtenho. As pessoas me olham e eu procuro um lugar para me esconder. Não encontro. Afundo naquela bolha de podridão, sarcasmo e intrigas. Fico alheio; se me perguntam, nada respondo. Se não me perguntam, continuo calado da mesma maneira.

As vezes, um silêncio se instaura. Mas logo é quebrado por aquele som perturbardor que faz meus ouvidos sangrarem. Fecho os olhos e tento levar meu pensamento para longe e acabo por me lembrar de coisas das quais quero esquecer. Uma dor e um vazio se instalam no lugar do meu coração, mas tudo soa estupidamente paradoxal. Como pode um espaço aparentemente desocupado ser capaz de provocar tanta dor? É algo que nunca saberei.

Abro, então, os meus olhos. Não vejo nenhum rosto conhecido. Reuno em mim o que ainda restam de forças e esboço um sorriso. Estou fadado, por tempo indeterminado, a representar meu ridículo papel nesta estúpida e delirante comédia.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Psicose

A luz do sol entrou pelas frestas do meu quarto sujo e fétido, obrigando-me a levantar. Inspirei o ar, mas foi como se o mesmo não chegasse as minhas narinas e estancasse no meio do caminho. O mundo que meus olhos captaram transmitia uma frieza e uma quietude angustiantes. O cinza das paredes misturava-se com o tom amargo que minha vida adquirira aos poucos.

Ainda sentado, observei uma borboleta entrar pela janela aberta. Parecia ser composta, pura e completamente, de tons escuros. Sem que o inseto percebesse, fechei-o em minha mão e esmaguei, reunindo toda força que ainda habitava em mim.

Assim como o coração de um apaixonado precisa de beijos e gestos de amor para continuar batendo, meu coração precisava da dor da perda para continuar a existir. Precisava dela para lembrar-me de minhas metas. Precisava que ela, todo dia, me mostrasse o motivo de ter tomado um caminho tão negro e depressivo. No fundo, eu aprendera a conviver com o sentimento angustiante. Meu coração era, por inteiro, um grande átrio cinza. De tons irreversíveis.